Bloco Bacalhau na Vara completa 90 anos de muita alegria e irreverência

O bloco Bacalhau na Vara nasceu na oficina do Jornal Folha do Norte, fundado pelo jornalista Hugo Navarro.

Bloco Bacalhau na Vara completa 90 anos de muita alegria e irreverência
Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

Laiane Cruz e Ney Silva

O Bloco Bacalhau na Vara está completando 90 anos desde a sua criação, em 1927- dez anos antes da realização da primeira micareta de Feira de Santana. O bloco tradicionalmente desfila no sábado da festa, no Circuito Maneca Ferreira, a partir das 13h, e se destaca pela alegria e irreverência dos seus foliões, que este ano serão animados mais uma vez pelos irmãos Dilma e Djalma Ferreira, além da banda Alegria Alegria.

De acordo com a coordenadora do bloco, a advogada Lícia Navarro, os abadás do bloco já estão à venda na galeria Arnold Silva Plaza e no Shopping das Fábricas, no valor de R$ 30. Segundo ela, a camisa está muito bonita e trará estampado um bolo, pelos 90 anos do bloco.

Outra novidade é a marchinha, feita pelo compositor Zadir Marques Porto, criada especialmente para comemorar o aniversário do bloco e que foi gravada em um CD, com a intenção de ser distribuída entre os participantes. “Estamos fazendo um esforço enorme para presentear o folião”, disse.

Fotos: Ney Silva/Acorda Cidade

Tradição de época

O bloco Bacalhau na Vara nasceu na oficina do Jornal Folha do Norte, fundado pelo jornalista Hugo Navarro.

“O Bacalhau na Vara é o bloco carnavalesco mais antigo que tem em Feira de Santana, porque a micareta começou em 1937, e o bloco foi fundado numa época em que a cidade tinha carnaval. A história está toda registrada no jornal, como as marchinhas da época, quando o pessoal saía de casa em casa depois do carnaval antes da Semana Santa”, conta a coordenadora do bloco, Lícia Navarro.

Ela recorda que as pessoas usavam como estandarte um bacalhau espetado na vara com restos de cebola e latinhas de óleo. Os foliões tiravam as pessoas de casa e na rua faziam uma grande festa.

“Era uma festa à parte e daí surgiu o que hoje se chama de bloco. Era aquela alegria do povo, aquela liberdade, e todo mundo saía feliz, alegre, cantando, inventando marchinhas novas. E a cada ano vinha crescendo mais o número de pessoas. Houve um tempo, na década de 70, que a gente usava a mortalha, que era a indumentária própria da ocasião e hoje é o abadá”, contou Lícia.

Atualmente, o bloco Bacalhau arrasta cerca 3 mil pessoas para o circuito da Micareta de Feira. De acordo com Lícia, os organizadores não buscam obter lucros com o bloco. Um exemplo disso, segundo ela, é o preço da camisa, que há muitos anos permanece o mesmo.

“Nós não somos profissionais de blocos, mas a gente se esforça em buscar parceiros que colaborem pra gente botar o bloco na rua a fim de manter o preço e todo mundo ter acesso. A gente não tem interesse em explorar o bloco, e sim manter a tradição”, ressaltou.

Fotos: Arquivo/Aldo Matos/Acorda Cidade

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