Conselho monetário reduz meta de inflação para 2019 e 2020
Pela primeira vez em 14 anos, o Conselho Nacional Monetário (CMN) revisou para baixo a meta de inflação para os próximos anos. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (29), a equipe econômica anunciou uma meta inflacionária de 4,25% para 2019 e de 4% para 2020, ambas com 1,5 ponto percentual de tolerância.
Entre os anos de 2005 e 2018, prevalece a meta de inflação de 4,5%. Recentemente, o órgão reduziu de 2 pontos percentuais para 1,5 ponto percentual a banda de tolerância para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador que mede a inflação oficial do País.
Para o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a decisão do CMN mostra a convergência gradual da inflação para os padrões internacionais e, ao mesmo tempo, assegura o crescimento da economia e a queda do desemprego. “Na medida em que, com as expectativas [de inflação] convergindo, no caso de 2019 já ancoradas nos 4,25%, nós temos uma convergência natural da formação de preços para esses patamares”, explicou.
Já o presidente do Banco Cental, Ilan Goldfajn, ressaltou que a atual política econômica aplicada pelo governo federal possui condições de cumprir a nova meta de inflação. “A política econômica hoje, na nossa avaliação, tem as condições inflacionárias necessárias, a transparência necessária e a credibilidade necessária para se comprometer com essas novas metas”, reforçou.
Nos últimos 12 meses encerrados em maio, a inflação oficial do Brasil está em 3,6%, dentro dos parâmetros atuais do Banco Central. Nas projeções dos analistas, o IPCA caminha para encerrar o ano em 3,48% e, em 2018, deve marcar 4,30%.
Juros
Diante desse cenário, a equipe econômica salientou que a meta de inflação fixada para os próximos anos vai permitir a queda dos juros no longo prazo e destravar o crescimento potencial da economia.
“Com expectativas de inflação longas ancoradas em patamares baixos, a economia pode almejar ter juros de longo prazo mais baixos”, pontuou Goldfajn.
“Todas as ações têm objetivo de garantir ao Brasil a retomada do crescimento em nível sustentável a longo prazo”, completou o ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Oliveira. “Permitir que haja, em decorrência disso, a geração de emprego e renda”, finalizou.
Atualmente, a taxa básica de juros, a Selic, está em 10,25% ao ano. Principal instrumento de combate à inflação, a expectativa do mercado é de que ela encerre o ano em 8,50%.
Fonte: Portal Brasil, com informações do Banco Central e IBGE