Deam: Número de casos de violência doméstica tem diminuído em 2016
O número de casos de violência doméstica contra a mulher em Feira de Santana está menor em 2016, pelo menos até o momento. É o que informa a delegada Clécia Vasconcelos, titular da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher.
“Diminuiu, não numa escala considerável, mas vale pontuar que tem diminuído”, avalia.
Este ano não houve até o momento, nenhum registro de assassinado de mulher, por conta da violência doméstica. “A Delegacia de Homicídios é quem trata, a Deam é quando se trata de vítimas de crimes passionais, mas a Deam tem participado dessa investigação. Não estou dizendo que não tenha havido mortes de mulheres, mas não no cunho doméstico”, explicou.
Em 2015 foram registradas mais de 2600 ocorrências de violência doméstica em Feira de Santana, com média de 15 a 20 ocorrências diariamente.
A delegada acredita que a Lei Maria da Penha, que completa 10 anos este ano, conseguiu de fato trazer mais consciência às mulheres da importância de denunciar. “Mudou a conscientização dessas mulheres, que passaram a denunciar mais os agressores. Logo com a Lei Maria da Penha, a gente vê um aumento no número de denúncias e agora a gente está em declínio porque o agressor já faz essa leitura de que violência doméstica é crime”, avalia.
Clécia Vasconcelos ressalta que após anos de agressões, as mulheres tomaram coragem de denunciar. “Nós temos o depoimento de mulheres que passaram 10, 15 anos para virem aqui na delegacia, para por fim a uma violência a que estavam submetidas. É válido frisar que para essa mulher ter esse atendimento, ela não precisa vir necessariamente à delegacia, ela pode ir ao Centro de Referência Maria Quitéria, pode ir à Defensoria Pública”, informou.
A delegada ressalta que a questão social conta muito na questão da denúncia, também por conta do marido ser o provedor da casa, e que ajuda nas despesas, muitas acabam por não denunciar.
Clécia Vasconcelos explica ainda que a relação de violência doméstica não se restringe apenas a marido e mulher, mas com a questão familiar e afetiva, podendo se estender a pai, filho, sobrinho, agregado e até mesmo empregada doméstica.