Marisqueiras recebem kits para aumento da segurança e produção
Parte dos caranguejos, camarões, siris, aratus, ostras e outros mariscos que abastecem as mesas dos baianos e recheiam o cardápio de restaurantes em todo estado é colhida por pequenos produtores familiares que vivem dos frutos do mar, como as marisqueiras da Ilha de Itaparica, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Pensando no trabalho dessas mulheres é que o Governo do Estado distribuiu, nesta segunda-feira (14), equipamentos para melhorar a qualidade e a rapidez na limpeza dos mariscos e ainda aumentar a segurança nos mangues.
A ação foi promovida por meio da Bahia Pesca, empresa vinculada à Secretaria da Agricultura (Seagri), em parceria com a Superintendência Federal da Pesca e Aquicultura na Bahia. Entre os materiais distribuídos estão o kit-marisqueira, composto por pia, fogão à lenha, panelas, mesas e tudo o que é necessário para lavar, catar e cozinhar os mariscos. As profissionais também receberam equipamentos de proteção individual (EPI), como pares de luvas e botas em neoprene, além de camisa em dry fit, e calça e boné em tactel, com bloqueio de 98% dos raios UVA e UVB, proteção para a pele de quem trabalha a semana inteira exposta ao sol, minimizando a incidência de câncer, desidratação e envelhecimento precoce.
Há mais de 40 anos vivendo “da maré”, como disse, a marisqueira Maria do Carmo de Santana criou os oito filhos com o dinheiro do marisco e já ensinou o ofício a todos eles. Ela está entre as 78 marisqueiras da comunidade de Misericórdia, na Ilha de Itaparica, beneficiadas com entrega desta segunda. “Isso aqui é a nossa vida, desde que ‘me entendo por gente’ aprendi a mariscar. Para quem não tem estudo, como eu, essa é a única opção, apesar de muito perigoso. Sem esses materiais, a gente cai, escorrega, é normal se cortar também no trabalho diário. Agora, fica muito melhor. Já vou sair daqui, me vestir, e ir para a maré”.
Para o presidente da Bahia Pesca, Dernival Oliveira Júnior, esse é um apoio importante, mas a iniciativa do órgão não se encerra na distribuição de materiais. “Aqui é uma região importante para a produção de mariscos no estado, mas queremos ir além, ampliar esse número e qualificar os baianos. Na Ilha de Itaparica já temos projetos de criação de algas marinhas, além da inauguração recente do Centro Vocacional de Tecnologia (CVTT), em Santo Amaro [no Recôncavo], primeira escola técnica federal da pesca voltada para a formação desse público e das futuras gerações na pesca artesanal e de marisco”.
Programa de crédito
As marisqueiras também foram inscritas em programas sociais e de crédito dos governos federal e estadual. As informações de cada um desses trabalhadores são incluídas no CadCidadão, sistema que registra a situação social e econômica dos pescadores e encaminha-os para diversos serviços públicos de assistência. O cadastro ainda permite que as marisqueiras obtenham a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), emitida pela Bahia Pesca, documento que comprova o aquicultor ou pescador como produtor familiar. A regulamentação e inscrição dos produtores familiares no cadastro possibilitam que eles tenham acesso a políticas públicas como os programas Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), de Aquisição de Alimentos e o de Habitação Rural.
Fonte: Ascom.ba