Polícia de MG considera mortes por desastre de Mariana como homicídios

17 corpos foram da lama na região de Mariana; dois ainda são procurados.
Rompimento da barragem completa três meses nesta sexta-feira.

A Polícia Civil de Minas Gerais disse, nesta sexta-feira (5), que considera que o rompimento da barragem de Fundão, da Samarco, em Mariana, foi responsável por 19 homicídios. A declaração do delegado responsável pelo inquérito policial, Rodrigo Bustamente, foi feita no dia em que a tragédia completa 3 meses. Até o momento, 17 corpos foram resgatados da lama na região de Marianae reconhecidos por familiares ou exames de identificação. Outros dois corpos ainda não foram localizados.

A barragem de Fundão se rompeu no dia 5 de novembro de 2015, destruindo o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, e afetando Águas Claras, Ponte do Gama, Paracatu e Pedras, além das cidades de Barra Longa e Rio Doce. Os rejeitos também atingiram mais de 40 cidades na Região Leste de Minas Gerais e no Espírito Santo. O desastre ambiental, considerado o maior e sem precedentes no Brasil.

Segundo o delegado Bustamente, as empresas Samarco, Vale e BHP, estas duas últimas como donas da primeira, e seus diretores têm responsabilidade sobre as mortes, que são consideradas crimes. “Hoje, podemos dizer que as empresas e seus diretores tem responsabilidades sim pelos crimes cometidos e no momento oportuno determinaremos a responsabilização criminal de cada um deles”, disse o titular do inquérito. O G1 entrou em contato com a Samarco e aguarda um posicionamento da mineradora.

Apesar de afirmar que as mortes são homícidios, o delegado explicou que ainda não há determinação de que tipo de homicídio os envolvidos podem ser responsabilizados. Eles podem responder por homicídio culposo – sem intenção de matar -, homicídio com dolo eventual – situação em que se assume o risco de matar -, e homicídio doloso – com intenção de matar.

O delegado explicou que os mandados de busca e apreensão cumpridos nesta sexta-feira nas sedes da Samarco em Belo Horizonte e em Mariana foi para recolher material e dados de todos os envolvidos, incluindo o diretor-presidente da mineradora, Ricardo Vescovi. Foram recolhidos e-mais e documentos. Até o momento, 80 pessoas foram ouvidas no inquérito.

Nesta manhã, a Samarco confirmou que policiais civis realizam uma operação nos escritórios em Belo Horizonte e Mariana. “A empresa reitera que está colaborando com o trabalho dos policiais, assim como vem fazendo desde o início das investigações das causas do acidente com a barragem de Fundão”, diz nota da mineradora. Mais tarde, em novo posionamento, a Samarco afirmou que considera a medida desnecessária já que respondeu a todos os ofícios e requisições das autoridades e tem política rigorosa de preservação de suas informações.

Fonte: Globo.com

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