Bahia é escolhida como disseminadora do policiamento comunitário

A Bahia é um dos oito estados brasileiros escolhidos pela Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça (Senasp/MJ) para disseminar a cultura de policiamento comunitário no país. Os policiais militares baianos que trabalham em Bases Comunitárias de Segurança (BCS) vão desempenhar a função de agentes multiplicadores do modelo, tendo como responsabilidade a capacitação na região Nordeste. Também são polos disseminadores os estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Amazonas, Paraná, Goiás e o Distrito Federal.

“A Bahia caminha para ter seu modelo como referência de policiamento comunitário, como os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul já são. As atividades da polícia baiana mostram que existe potencial para ser disseminadora deste conhecimento”, afirma o analista de Políticas Sociais da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça (Senasp-MJ), Luciano Ribeiro.

Precursora do conceito e aplicação da polícia comunitária no mundo, a polícia japonesa acompanha de perto as ações desenvolvidas pelas Bases Comunitárias de Segurança da Bahia. Durante todo o mês de abril, eles vão avaliar o que pode ser aprimorado nas atividades que aproximam a polícia e a comunidade.

Na manhã desta quarta-feira (6), os peritos japoneses visitaram a BCS Bairro da Paz, principal objeto de estudo para ajustes e orientações que serão feitas conforme o sistema Koban, considerado o mais eficiente do planeta. A unidade também será o local dos treinamentos, que vão acontecer nas próximas duas semanas, para policiais de todas as bases de Salvador e região metropolitana.

Cooperação técnica

A comitiva japonesa vai cumprir uma vasta programação de treinamentos, reuniões e atividades nas bases da Bahia. A visita faz parte do acordo de cooperação técnica entre a Secretaria Nacional de Segurança Pública e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica).

Com o acordo, a Senasp visa multiplicar os conhecimentos do policiamento comunitário no Brasil, com capacitações e visitas técnicas, em que os agentes de segurança pública brasileiros poderão receber orientações de especialistas, auxiliando na difusão da filosofia preventiva de polícia comunitária.

“Eles [os japoneses] vão capacitar os nossos policiais, levando em conta a nossa realidade. Isso é muito importante para melhorarmos ainda mais nossas atividades”, ressalta o coronel Admar Fontes, superintendente de Prevenção à Violência da Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP).

Para o perito japonês Koichi Maruyama, apesar dos diferentes aspectos que influenciam a violência no Brasil e no Japão, a relação de confiança entre a policia e a comunidade deve ser priorizada para amenizar os problemas envolvendo a segurança pública. “Com essa aproximação, toda situação pode ser contornada. O nosso objetivo é difundir o Koban. Nesse momento, o nosso foco é disseminar para todo o Brasil”, afirma.

Além da capital, serão visitadas pelos especialistas japoneses as cidades de Feira de Santana, Camaçari e Vitória da Conquista. No final, os representantes do Japão apresentarão, em Salvador, palestras com recomendações aos profissionais da Polícia Militar e, assim, vão contribuir para o aperfeiçoamento do policiamento comunitário baiano.

Promoção da paz

As Bases Comunitárias de Segurança são um projeto do Governo do Estado, por meio do programa Pacto pela Vida, e representam uma inovação estrutural, além de uma aproximação da polícia comunitária com a população. Na Bahia, as 17 bases estão presentes em Salvador, região metropolitana e algumas cidades do interior, com o objetivo de promover a paz e reduzir os índices de violência e criminalidade. “Desde quando a base chegou ao meu bairro, a situação mudou completamente. Hoje podemos transitar e morar de maneira tranquila, o que há dez anos não era possível”, afirma a dona de casa Ivonete Souza Ferreira, moradora do Bairro da Paz.

As BCS têm como viés de atuação a aproximação da Polícia Militar com a comunidade, visando à prevenção da violência e a garantia da ordem pública. Nas unidades, diversas ações sociais são desenvolvidas para proporcionar melhorias na vida dos cidadãos. Temas importantes como arte e cultura, atividades físicas, prática de esportes e informática básica são abordados durante as aulas, que acontecem toda semana nas bases.

Com o trabalho feito de maneira zelosa, principalmente com as crianças, as bases se configuram como um lugar de transformação. “Faço parte de alguns projetos da base há quatro anos. Nesse período, aprendi a respeitar as pessoas, a dar valor aos estudos e a ter esperança de crescer na vida”, revela Nilza Ferreira Santos, 13 anos, também moradora do Bairro da Paz.

Fonte: Ascom.ba
Comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *