Cartilha orienta sobre estímulo precoce em bebês com microcefalia.
Material com orientações de atendimento especial a crianças de zero a três anos com atraso no desenvolvimento psicomotor já está disponível na internet.
O governo federal divulgou nesta quarta-feira (13) uma cartilha com orientações de atendimento especial a crianças de zero a três anos com atraso no desenvolvimento psicomotor, decorrente de casos de microcefalia causados pelo vírus zika. O documento, voltado às equipes de atenção básica e de atenção especializada, traz recomendações sobre a importância da estimulação precoce nessas crianças.
A cartilha Diretrizes de Estimulação Precoce – Crianças de zero a 3 anos com Atraso no Desenvolvimento Neuropsicomotor Decorrente de Microcefalia já está disponível para consulta, na internet, no site do Ministério da Saúde. A ação faz parte do Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia, lançado pelo governo federal em dezembro de 2015.
Além dos profissionais de saúde, familiares de crianças com microcefalia também receberão informações mais detalhadas sobre tema. A meta garantir uma melhor observação de quais capacidades a criança já deve ter em cada fase do desenvolvimento inicial.
“O objetivo é unificar o comportamento e a conduta com crianças portadoras de microcefalia e promover a estimulação o mais rápido possível”, afirmou o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Alberto Beltrame.
O ministério avalia que a estimulação da criança na janela de até três anos de idade é importante para reduzir do nível de comprometimento causado pela mal formação.
As diretrizes de estimulação precoce foram elaboradas por pesquisadores, especialistas e profissionais experientes de todo o País. O documento tem orientações sobre o desenvolvimento psicomotor da criança, a análise das condições cognitivas, visuais e auditivas, a inserção social, uso de cadeira de rodas e bengalas e apoio da família.
O plano pretende que a criança tenha mais autonomia e qualidade de vida, minimizando possíveis sequelas decorrentes da doença. O apoio familiar, segundo o secretário, será estimulado pelos profissionais de saúde, visando o acolhimento mais cuidadoso e carinhoso possível para a criança com a doença.
Capacitação
O Ministério da Saúde também está elaborando um curso a distância para capacitar profissionais de saúde que vão atuar na estimulação precoce. O curso será ofertado a fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, médicos, entre outros profissionais que atuam nos diversos serviços da Rede SUS.
A meta do ministério é de que pelo menos 7,5 mil profissionais participem desta capacitação. O curso será desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte. As matrículas devem começar em março.
Rede de reabilitação
O SUS conta, atualmente, com 1.543 serviços de reabilitação em todo o País que atuam em diferentes modalidades: física, auditiva, visual e intelectual.
Dentro do Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia, lançado no final de 2015 e que prevê maior agilidade na estruturação dessas unidades, já foram habilitados 12 centros de reabilitação. Outros 11 se encontram em fase de conclusão das obras, com previsão de término no primeiro semestre de 2016, cujo investimento na construção e compra de equipamento soma R$ 43,4 milhões.
Mais R$ 25,2 milhões anuais serão destinados para o custeio dessas unidades. Outros 65 serviços serão implantados em Centros Especializados em Reabilitação, ampliando, assim, a capacidade de atendimento da rede. Esses centros passarão a receber adicional de R$ 109,2 milhões por ano.
A partir do Plano Viver sem Limite, lançado em 2011 pelo Governo Federal, e da instituição da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, em 2012, o Ministério da Saúde tem investido na ampliação da oferta de serviços nessa área. Foram habilitados 136 Centros Especializados em Reabilitação (CER) em todo o País. As novas unidades representam impacto de R$ 287,7 milhões por ano para o custeio do atendimento em reabilitação.
No total, o investimento do Ministério da Saúde para custear o atendimento em reabilitação é na ordem de R$ 650,6 milhões por ano, além dos valores destinados a obras e equipamentos. Esses recursos também podem ser complementados pelos governos estaduais e municipais.
Fonte: Portal Brasil