CONTINUAM VISITAS AO MUSEU ANTARES
Com uma visitação média em torno de 700 pessoas/mês, a grande maioria estudantes, o Museu Antares de Ciências e Tecnologia, no Jardim Cruzeiro, constitui-se não apenas em um local onde se respira a ciência, como também o ar puro propiciado pela natureza. O Observatório Antares surgiu no final da década de 1960, graças ao idealismo do jovem estudante Augusto César Orrico, então com 16 anos e as vistas voltadas para o universo. Com o incentivo de outros jovens amigos e o apoio do govenador Antônio Carlos Magalhaes, o projeto foi concretizado e inaugurado em 1971, tornando-se referência para a astronomia do País, como o segundo mirante mais importante do Brasil, depois apenas do Observatório Nacional do Rio de Janeiro.
Durante muito tempo o Antares teve função primordial na observação de astros, produção de boletins e anuários de eventos meteorológicos, orgulhando o feirense pelos seus equipamentos que atraiam a visitação de estudiosos e curiosos de outros estados e até de outros países. Em 1992, o Antares foi incorporado ao estado, como órgão da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) mantendo a linha original de trabalho e em 2009 foi elevado a Museu Antares de Ciências e Tecnologia, passando a desempenhar um papel mais amplo e de acordo com o indiscutível avanço dessas áreas, como observa a física Vera Martim, diretora do órgão. Assim as atividades são desenvolvidas em três segmentos possibilitando não apenas olhar para o céu, mas voltar aos primórdios que explicam o planeta desde o “big bang” ou “grande explosão”, até os dias atuais na era espacial.
Essa diversificação, sem desfazer o projeto inicial, vem atraindo cada vez mais o público, em especial jovens estudantes, como observa e museóloga Lise Marcelino Sousa. “Temos visitas diárias de segunda-feira a sexta-feira. As visitas são agendadas e as escolas trazem grupos de 50 estudantes. Isso independente de faixa etária”, explica Lise. Mas, além desse público programado, há visitas espontâneas que também são numerosas. No mês de abril 687 estudantes estiveram no Antares e no mês de maio 948 estudantes, a maior visitação deste ano, conforme a museóloga Lise Sousa. No momento apenas dois setores não estão abertos à visitação, o planetário e o parque dos dinossauros, mas os demais apresentam grande demanda a exemplo da ”caminhada na Lua”, ou “caminhada lunar” que simula o ambiente do único satélite natural da Terra, como explica a cientista Vera Martim.
A jovem estudante de medicina Clarice Sampaio, fez questão de “caminhar na Lua” sentiu ”algo diferente com se fosse desmaiar”, mas saiu sorridente e feliz. Marcos, também estudante de medicina confirmou uma sensação estranha e gostou da experiência que demora alguns minutos com o ”astronauta” ou visitante usando uma espécie de capacete. No Museu Antares, há diversidade de opões interessantes, como uma replica do Bendengó, aerólito que caiu no sertão da Bahia em 1784 e em 1888 foi levado para o Museu Nacional do Rio de Janeiro onde permanece. O mundo mineral e o mundo animal, podem ser apreciados e estudados de uma maneira objetiva, sem complexidade como deixou transparecer a museóloga Lise Sousa.
Com cerca de 20 funcionários, alguns terceirizados, o Museu Antares de Ciência e Tecnologia, que faz parte da Universidade de Feira e Santana (UEFS) evidencia algumas necessidades, mas funciona à contento com uma equipe qualificada e, sobretudo, dedicada, tendo com diretora a física Vera Martim. Na parte de astronomia, o físico santamarense Tiago Marcel desenvolve eficiente trabalho, dedicando-se a perscrutar o espaço nas noites de terças-feiras, quando pessoas interessadas podem agendar para ter acesso às observações.
* Fonte: Zadir Marques Porto – Jornalista
