Mucugê é a única cidade baiana que ainda não registrou dengue, zika ou chikungunya
Enquanto 288 municípios na Bahia sofrem com o zika vírus, outros 237, com a chikungunya e mais 380 registraram agravo da dengue no ano passado, uma cidade no território da Chapada Diamantina vive outra realidade. A 462 quilômetros de distância da capital baiana, Mucugê ainda não registrou casos autóctones de nenhuma das três doenças, cujos vírus são transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti. A superintendente de Vigilância Sanitária da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), Ita de Cácia, relatou ao Bahia Notícias que não foi encontrado nenhum vetor da dengue, zika e chikungunya na cidade, mas ainda não se sabe o porquê. “Merece estudo. A gente está com proposta para ver qual a condição, se é ambiental, se é o cuidado dos moradores, o que está acontecendo”, adiantou, sem precisar um momento para o início dos estudos, já que todos os esforços da Sesab estão direcionados aos municípios que têm maior incidência.
A secretária de Saúde do município, Silvana Medrado, sugere que as condições climáticas podem favorecer a situação em Mucugê. “Acredito que por ser um município de clima frio, a mais de 900 metros acima do mar, não é clima propício para o Aedes aegypti. Mas a Secretaria de Saúde vem desenvolvendo ações educativas com a população e nas escolas. A gente tem uma parceria, através dos meios de comunicação e carros de som, agentes comunitários, toda a rede de saúde trabalha envolvido na prevenção”, explicou. Ita de Cácia, no entanto, não considera o fator climático como determinante, já que municípios da mesma região registraram casos das doenças. Para manter o índice zero de circulação do mosquito e dos vírus, a secretária ressalta a parceria com a comunidade: com educação, orientação e combate dos focos.
Segundo levantamento da Sesab feito com dados coletados até 27 de fevereiro, outros 234 municípios vivem realidade semelhante à de Mucugê no que diz respeito aos casos de Zika: não possuem incidência do vírus (clique aqui para saber quais são). Barreiras é uma dessas cidades e o prefeito Antônio Henrique Moreira se orgulha disso. Questionado como consegue manter o índice em zero, o gestor da cidade de pouco mais de 152,2 mil habitantes enumerou as ações da prefeitura. “Fizemos mutirão de limpeza na cidade toda, contratamos 80 agentes de saúde para fazer o combate. Fomos de casa em casa fazer fiscalização, limpezas de ruas. Não estamos deixando água parada”, listou. Moreira descarta qualquer possibilidade de subnotificação dos casos de zika no município. “Estamos com serviço de vigilância sanitária na cidade toda, nos povoados, dando assistência. E nossa saúde está preparada para os casos que venham a aparecer”, destacou.
A Sesab, no entanto, considera que muitos casos podem passar batido pelo sistema de saúde porque indivíduos que apresentem os sintomas podem não procurar algum pronto-socorro. Segundo Ita de Cácia a notificação feita nos municípios implica nos dados que são atualizados nos boletins da Sesab. Segundo a superintendente, os dados informados pelas secretarias municipais de Saúde em um sistema online da Sesab são coletados pela pasta estadual. “Quando a gente vê um município silencioso, sem preencher os dados, os núcleos regionais fazem contato com os municípios e eles atualizam”, explicou.
Bahia Notícias
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