Novembro Azul: câncer de próstata é o segundo tipo de tumor mais incidente entre os homens.
Silenciosa nos estágios iniciais, a doença é responsável por quase 29% das mortes provocadas por neoplasias malignas.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) trazem a estimativa de que, somente em 2025, serão diagnosticados 71 mil novos casos de câncer de próstata no Brasil. Na Bahia, a situação é ainda mais preocupante: o estado ocupa a segunda posição nacional em incidência, com previsão de 6.510 novas ocorrências ainda este ano.
Apesar dos números alarmantes, o diagnóstico precoce é capaz de reverter esse cenário. Quando a neoplasia é identificada em estágios iniciais, sua chance de cura chega até 95%, além de permitir tratamentos menos invasivos e com melhor qualidade de vida. Especialistas reforçam que os avanços nos exames de imagem, especialmente o PET-CT com PSMA, têm transformado tanto o processo de detecção quanto de acompanhamento.
Embora a investigação inicial comece com a dosagem do antígeno prostático específico (PSA) e o toque retal, seguidos pela ressonância magnética multiparamétrica, quando há alterações, o PET-CT se torna um importante aliado nas etapas seguintes. Médico especialista em medicina nuclear, Fabiano Torres (CRM BA 13693/ RQE 9637) explica que a tecnologia permite encontrar lesões que passariam despercebidas em exames convencionais, assim como avaliar a resposta ao tratamento com maior precisão.
“O PET-CT combina informações funcionais e anatômicas em um único exame. Enquanto a tomografia por emissão de pósitrons (PET) mostra o metabolismo e a atividade biológica das células tumorais, a tomografia computadorizada (CT) revela a localização anatômica precisa das lesões. Essa combinação oferece uma sensibilidade que exames isolados não conseguem alcançar”, explica.
De acordo com o especialista, ao revelar todas as áreas de doença ativa, o exame auxilia na definição da abordagem terapêutica mais adequada: se terapia local, como radioterapia e/ou cirurgia; ou tratamento sistêmico, a exemplo de hormonioterapia e quimioterapia.
O PET PSMA também pode selecionar pacientes candidatos ao uso de outras de linhas de tratamento para doença metastática resistente à castração, como o PSMA-Lutecio177, recentemente aprovado para uso no Brasil em pacientes com doença avançada e já disponível no serviço de Medicina Nuclear do IHEF. Além disso, ajuda na avaliação da eficácia do tratamento, evitando cirurgias desnecessárias quando já há metástase à distância – disseminação das células cancerígenas para órgãos e tecidos longes do tumor inicial.
Sinais de alerta e prevenção
O câncer de próstata costuma ser silencioso nas fases iniciais, mas sintomas como dificuldade para iniciar a micção, jato urinário fraco ou interrompido, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, aumento da frequência urinária, especialmente à noite; urgência para urinar e dor ou ardor ao urinar são alguns dos sinais de alerta.
Em casos mais avançados, os pacientes podem apresentar sangue na urina ou no sêmen, dor na região lombar, quadril ou ossos, perda de peso não intencional, fraqueza e dor ao ejacular. “É importante ressaltar que sintomas urinários também podem ocorrer em outros quadros, como a hiperplasia prostática benigna, por isso a consulta médica com o urologista é fundamental”, pontua Fabiano Torres.
Segundo o Ministério da Saúde, homens sem histórico familiar ou fatores genéticos conhecidos devem fazer o PSA e o toque retal a partir dos 50 anos. Já aqueles com histórico na família ou mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 precisam iniciar o rastreamento aos 45 anos, ou até aos 40 anos em casos de múltiplos familiares afetados.
“No geral, os exames devem ser repetidos anualmente ou conforme orientação do urologista. Caso haja alterações, investigações complementares com ressonância magnética multiparamétrica, testes laboratoriais ou biópsia podem ser necessárias”, finaliza o médico.
* Fonte: JULIANA VITAL / JOÉRICA CUNHA – Comunicativa Associados.
