Outubro Rosa: Especialistas explicam porque o câncer de mama em mulheres jovens é frequentemente mais agressivo.

Considerado o tipo de câncer mais comum em mulheres em todo o mundo, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama ganha mais evidência no mês de outubro com a campanha Outubro Rosa. Embora mais comum em mulheres acima de 50 anos, novos estudos evidenciam que o câncer de mama tem apresentado um aumento em mulheres mais jovens no Brasil.

Hospital room with large white blue medical emergency exit sign

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a incidência da doença em mulheres com menos de 35 anos saltou de 2% para 5%, e pesquisas indicam um crescimento de 79% em pacientes com menos de 50 anos nas últimas três décadas. Atualmente,  40% dos casos de câncer de mama no Brasil acontecem na faixa etária de 40 a 49 anos. Uma característica ainda mais preocupante é que essas pacientes jovens, com destaque para as latinas e negras, possuem maior incidência do câncer de mama triplo-negativo, que possui maior potencial de multiplicação, levando a metástases.

Crédito: Divulgação

A oncologista Marília Sampaio, que integra o Grupo Hera, de Cuidado Integral da Mama, explica algumas características desse tipo de câncer de mama. “Ele se distingue por não apresentar em suas células tumorais a expressão de três marcadores-chave: o receptor de estrogênio (ER), o receptor de progesterona (PR) e a proteína HER2. Essa tripla negatividade é o que impõe desafios terapêuticos, pois os tratamentos convencionais mais eficazes para outros tipos de câncer de mama – como a terapia hormonal ou os medicamentos anti-HER2 – não são efetivos aqui.”

A mastologista Vanessa Paes, que também integra o Grupo Hera, aponta também que, muitas vezes, o diagnóstico do câncer de mama em mulheres abaixo de 50 anos acontece em estágios mais avançados da doença.
“Essa é uma preocupação crescente. Muitas vezes, as pacientes jovens apresentam mamas densas, o que dificulta o auto-exame e a detecção de sinais iniciais da doença e não conhecem fatores de risco,  resultando em  diagnósticos mais avançados. A conscientização e o acesso a exames de rastreamento são essenciais para a detecção precoce e para aumentar as chances de tratamento eficaz.”

As razões para o crescimento do câncer de mama entre mulheres jovens é multifatorial e pode ser observado em outros países. A oncologista Marília Sampaio também cita alguns fatores de risco:  “hábitos de vida, como o consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas, ultraprocessados ou ricos em açúcar, além do consumo de álcool, tabagismo e sedentarismo. Os aspectos reprodutivos e hormonais também têm peso importante: menstruação precoce, gravidez após os 30 anos, ausência de filhos e menor tempo de amamentação aumentam a vulnerabilidade ao câncer de mama.”

*Avanços anunciados pelo Ministério da Saúde contribuem para melhorias no tratamento e detecção precoce:

Diante desse cenário, o Ministério da Saúde (MS) confirmou nesta semana importantes atualizações nas diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) para o rastreamento e tratamento do câncer de mama.

A partir de outubro, o SUS passará a oferecer novas terapias e ampliará o acesso a exames de rastreamento.

No que tange à mamografia e rastreamento da doença, à partir de outubro estarão disponíveis no SUS:

*   Rastreio mamográfico ativo para mulheres de 50 a 74 anos;

*   Rastreio garantido para mulheres de 40 a 49 anos;

*   Mamografia em qualquer idade diante de sinais ou sintomas de câncer de mama.

E em relação ao tratamento do câncer de mama, a partir de outubro, estarão disponíveis:

* Inibidores de ciclina (CDK4/6)no cenário avançado;

* Fator estimulador de colônia granulócitos (para quimioterapia dose densa);

* Quimioterapia neoadjuvante em estádios I a III, que antes era realizada apenas no estadio III;

* Bloqueio ovariano medicamentoso;

* Capecitabina adjuvante para tumores triplo negativos com doença residual;

•  Trastuzumabe entansina adjuvante para tumores HER2 com doença residual.

Sobre o Grupo Hera – Cuidado Integral da Mama:

O Grupo Hera é referência em diagnóstico e tratamento com foco na saúde integral da mama. Com uma equipe multidisciplinar, formada por mastologistas, radiologistas e oncologistas, o Grupo se dedica a oferecer o que há de mais avançado em medicina, com um cuidado humanizado e personalizado.

* Fonte: Bruno Carvalho – Assessor de imprensa

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