Saúde da mulher é discutida em conferência na capital

Durante a abertura da 1ª Conferência Estadual da Saúde das Mulheres da Bahia – etapa macrorregião Leste -, em Salvador, o secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas, destacou a importância do evento para “reforçar a saúde integral e pública como um direito soberano das mulheres”. Ele ainda acrescentou que essa política deve ser construída com bases mais amplas, não ficando apenas no âmbito da biologia e anatomia do corpo feminino, mas deve incorporar questões relacionadas aos direitos humanos e cidadania.

Ainda no evento, que acontece até esta quarta-feira (7), no Hotel Fiesta, no bairro do Itaigara, ele citou as doenças que mais acometem as mulheres, como câncer de mama e do colo do útero, e ressaltou que as ginecopatias cirúrgicas apresentam pontos de estrangulamento no Sistema Único de Saúde (SUS). O secretário também abordou temas considerados “fenômenos universais”, a exemplo da violência de gênero, que “fere” os direitos humanos, sendo a modalidade sexual o “espectro mais repugnante desse grave problema”.

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Vilas-Boas destacou o Hospital da Mulher como serviço de visão integral e universal da saúde feminina
(Foto:Ascom/Sesab)

Ele explicou que, sensível a essas questões, o governador Rui Costa determinou que esforços fossem empreendidos para a criação de um serviço com uma visão integral e universal da saúde feminina, e o resultado foi o Hospital da Mulher, que agrega, em um único lugar, desde o atendimento às urgências ginecológicas, passando pela violência sexual, até assistência a casais inférteis.

No entanto, o secretário entende que há muito o que conquistar, passando também para o campo do trabalho, como as jornadas duplas, vulnerabilidade, entre outros. Ele ainda destacou pontos considerados tabus, mas que fazem parte do universo feminino e precisam ser discutidos, a exemplo do aborto, sendo enfático ao afirmar que se trata de uma questão de saúde pública e não de religião. Segundo o secretário, a conferência vai contemplar políticas e equidade das populações negra, LGBT, em situação de rua, do campo, da floresta , das águas, em sofrimento mental e deficientes.

A presidente da Conferência, Cherry Almeida, enfatizou que do evento, considerado um espaço onde as mulheres vão dizer o que querem e “todas têm voz”, sairão proposições para a Política Estadual de Atenção Integral à Saúde das Mulheres. Entre os objetivos estão reafirmar, impulsionar e efetivar os princípios e diretrizes do SUS para garantir a saúde como um direito humano; desenvolver estratégias de enfrentamento ao machismo, sexismo e à misoginia, por meio de políticas públicas; aprofundar o debate sobre o impacto na saúde das mulheres, da divisão sexual do trabalho, das condições do salário e da jornada, entre outros.

Programação

Nesta quarta, o evento discute os quatro eixos temáticos da Conferência – ‘O papel do Estado no desenvolvimento socioeconômico e ambiental e seus reflexos na vida e na saúde das mulheres’; ‘O mundo do trabalho e suas consequências na vida e na saúde das mulheres’; ‘Vulnerabilidades e equidade na vida e na saúde das mulheres’ e ‘Políticas públicas para as mulheres e a participação social’.

Fonte: Ascom/Secretaria da Saúde do Estado (Sesab)

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