COLUNA DO RÁDIO

No dia 19 de fevereiro Feira de Santana perdeu sua maior referencia no rádio, com o falecimento, aos 93 anos de idade, do professor Joel Magno, que se notabilizou nos meios de comunicação como J. Magno. Ele começou na década de 50 e continuava ativo, com um serviço de alto-falantes que, por sinal, foi o primeiro degrau da sua vitoriosa carreia.

J. Magno foi, durante vários anos, o principal apresentador do rádio local, alcançado liderança absoluta com o Atrações J. Magno, inicialmente na Rádio Sociedade, passando depois pela Rádio Cultura e a Rádio Carioca. Criou e apresentou programas como: Pediu Ouviu, Telemúsica, Ele e Ela, Tribunal do Destino e Resenha Esportiva Cultural. Desportista, fundou na década de 1960, o Santos FC, e foi um atacante de qualidade, jogando no Floresta (Botafogo) e no Bahia de Feira, conhecido então como Joel Guabiraba.

Perfeccionista e “abusado”, devido as suas exigências, montou um carro de som com os melhores equipamentos da época, que ele designava e era “O Mais Caro e o Mais Procurado”.  Na década de 50, ao ofertar, de forma galante, uma flor a uma senhorita, filha de um juiz de Direito, por ela foi mal interpretado, resultando na sua reclusão, o que gerou enorme comoção e revolta na cidade.

 Por isso, ele adotou Petit Fleur (Pequena Flor), uma belíssima canção orquestrada,  como prefixo do seu inesquecível Atrações J. Magno.

Joel foi casado com Maria da Conceição Ferreira, que lhe deu a filha Keilla, “Dona Keu”, sua maior razão de viver, como ele gostava de dizer emocionado. Plínio e Brenda netos de J. Magno, são filhos de Keilla e Kleber Pereira, este filho do também radialista Plínio Pereira.

Antes de Jota Magno, faleceram seus dois irmãos: Mariaci e Cícero Magno. Mariaci, cantora de belíssima voz que, talvez por falta de interesse, não se dedicou a carreira de forma profissional, mas participava de serestas com grande sucesso. Já Cícero Magno militou no rádio com êxito, afastando-se sem explicações.  Voz grave, bonita, Cícero era cantor, excelente apresentador de programas de forró e tinha uma particularidade: fazia com perfeição as vozes do “Coronel Ludugero” e “Otrópe”, dupla que encantou o país com seus causos. Cícero Magno, não apenas imitava as vozes desses dois personagens ao mesmo tempo, mas criava situações similares, o que tornava o seu trabalho autêntico.

O “Mais caro e mais procurado” – Carro de som de J. Magno (foto divulgação)

Ele foi o “Rei do Rádio” em Feira de Santana.

(Por Zadir Marques Porto).

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