RETALHOS DA HISTÓRIA DO FLUMINENSE

Maneca, Hosannah e Amorim

Primeiro clube do interior da Bahia a ingressar no futebol profissional, isso em 1954, quando recebeu convite da Federação Baiana de Futebol (FBF), o Fluminense de Feira (FFFC) foi logo batizado de Touro do Sertão devido à sua origem, da antiga “terra das boiadas”. Por isso mesmo, tornou-se “touro pioneiro” com bem diz o Hino Tricolor, de autoria de José Malta e Antônio Moreira Jr., primeiro a gravá-lo em 1969, em meio à euforia da conquista do segundo título de campeão estadual.

Não vamos aqui relatar a cronologia dessa história, o que não seria difícil, mas mostrar fatos e eventos importantes do tricolor, detentor da terceira maior torcida do estado, inferir apenas às do EC Bahia e do EC Vitoria. E já que tratamos de história, vale lembrar que na época, o campeonato baiano era disputado apenas por clubes da capital: Bahia, Botafogo, Galicia, Guarany, Ipiranga e São Cristovão.

O tricolor, surgido em 1 de janeiro de 1941, teve como primeiro presidente Antônio da Costa Falcão, um dos seus fundadores. Ao ingressar no profissionalismo, em 1954, Wilson da Costa Falcão, irmão de Antônio, presidia o clube das três cores.

Na década de 40 o tricolor tinha uma grande equipe e uma extrema rivalidade com o Bahia, o “Bicho Papão do Interior”, hoje cognominado de “Tremendão”. Os jogos entre os dois tricolores levavam enorme público ao antigo estádio Almachio Alves Boaventura, hoje Alberto Oliveira – Joia da Princesa.

 Tamanha era a rivalidade que a torcida do Fluminense, minoritária, dirigia-se ao estádio pela  rua São José (Minadouro) enquanto a do Bahia de Feira descia a Ladeira do Nagé, tradicionalmente  ornamentada com  bandeiras, faixas  e flores, e engalanada por torcedores, principalmente senhoras, mocinhas e crianças que ficavam nas janelas e portas das residências acenando e aclamando o nome do Bahia. Uma festa difícil de ser esquecida.

Para chegar ao profissionalismo o tricolor enfrentou duro “vestibular”, que foi o tricampeonato amador de Feira de Santana (1952/53/54), superando o Bahia de Feira. A decisão 3 x1, sobre o Bahia, foi no Almachio  Boaventura, na tarde de 3 de janeiro de 1954, com dois gols de Zequinha e um de Pelúcio. Mario Porto marcou para o “bicho papão do interior”.

 Esse histórico confronto, durante anos movimentou os desportistas locais, dando-lhes razão para uma acirrada rivalidade, mas sempre permeada pela razão. Mas já na era do profissionalismo, o Touro sempre armou forte equipes como esta dos anos 50: Fontoura, Quarentinha, Lai, Nilsinho e Carlinhos Malaquias. Hosannah, Bueiro, Peri-Peri, Regis, Amorim e Maneca.

* Antônio Moreira Júnior, gravou, em 1969 o Hino do Fluminense.

(Por Zadir Marques Porto).

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