Startup brasileira desenvolve plataforma digital que reduz perdas para varejistas e protege saúde dos consumidores

Tecnologia da SYOS garante qualidade dos alimentos com monitoramento em tempo real de refrigeradores em pontos de venda.

syos imagem sensor

Um serviço inovador que reduz as perdas para os comerciantes e garante a qualidade dos alimentos para os consumidores. A plataforma de gestão da cadeia de frio para o varejo desenvolvida pela startup brasileira SYOS otimiza a operação dos refrigeradores. Usando sensores sem fio e inteligência artificial, esta tecnologia garante a qualidade dos produtos com monitoramento em tempo real que alerta imediatamente diante de qualquer variação de temperatura que gere risco. Uma ferramenta aliada dos lojistas na redução das perdas: estudos indicam que o desperdício de alimentos no mundo chega a mais de 1,3 trilhões de dólares por ano.

– Frio alimentar é coisa séria. Não adianta ser orgânico, vegetariano, vegano, sem glúten, sem açúcar etc. Não existe alimento de qualidade e saudável sem conservação adequada. Nossa missão é aumentar a segurança, eficiência e sustentabilidade da cadeia de frio que alimenta a população. Trazemos inovação para o mercado de sistemas de refrigeração com o objetivo de reduzir o desperdício, otimizar os equipamentos e contribuir para a saúde de todos – afirma Paulo Lerner, CEO da SYOS.

A tecnologia desenvolvida pela SYOS pode ser facilmente instalada, sem necessidade de investimento pesado, obras e contratação de novos funcionários. A metodologia de monitoramento usa sensores sem fio posicionados nos refrigeradores e nas câmaras frias e alarmes inteligentes que permitem a detecção imediata de variação de temperatura que prejudique a qualidade dos alimentos expostos. Dessa maneira, o time de loja é alertado e pode agir rapidamente para evitar perdas ou mesmo deterioração dos produtos comercializados.

– Antes da chegada da SYOS, os varejistas só identificavam que o refrigerador estava com defeito quando o cliente reclamava e os produtos já estavam perdidos. Nossa tecnologia consegue predizer com antecedência de dias/ horas que um equipamento vai parar e a loja consegue agir para evitar perda e garantir qualidade. Fora isso, com o uso da ferramenta, os equipamentos ficam menos tempo parados e observamos um aumento nas vendas e diminuição dos custos de manutenção – explica Lerner.

Paulo Lerner – Foto: Divulgação

O monitoramento do frio é obrigação de todo varejista alimentar, de acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), mas ainda é frequentemente feito manualmente, ou negligenciado, o que gera enormes perdas. Hoje, de acordo com o primeiro relatório do Índice de Desperdício de Alimentos do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), entre a produção e a mesa do consumidor, 931 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçadas a cada ano em todo o mundo. A perda equivale a 17% da produção global total de alimentos, um percentual que atinge todas as etapas da cadeia alimentar, inclusive a fase de armazenamento nos supermercados. A aplicação de baixas temperaturas na conservação de alimentos é fundamental para a diminuição da reatividade química e da atividade enzimática, além de inibir a multiplicação e a atividade de microrganismos.

Segundo Lerner, a tendência é que o rigor da legislação neste setor aumente. Em 2015, os estados membros da ONU adotaram a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, composta por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para orientar a transformação para uma população mais saudável e um planeta mais sustentável. Uma das metas (ODS 12.3) visa especificamente diminuir o desperdício de alimentos no varejo e no consumidor em 50% e reduzir as perdas de alimentos nas cadeias de suprimentos. Faltam apenas oito anos.

Com foco no crescimento, a SYOS recebeu da Indicator Capital, gestora brasileira de venture capital early-stage, um aporte financeiro de R$ 12 milhões. A meta da startup para 2022 é chegar ao final do ano com mil lojas atendidas e, até 2024, multiplicar por dez o número de estabelecimentos entre supermercados, centros de distribuição, restaurantes, bares e até mesmo food trucks. O principal objetivo, no entanto, é ser cada vez mais reconhecido pelos consumidores como sinônimo de qualidade.

*Fonte: Simone Goulart

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