Ultradesafio de canoagem: remador baiano completa 90Km de prova em cerca de 10h.

Resultado pode ser desafiado a qualquer momento por um atleta de VAA’, SUP ou Surfski.

Foto: Ádamo Mello

O esporte sempre busca testar os limites dos atletas. E foi com esse objetivo que o atleta Maurício Oliveira, de 35 anos, resolveu participar do Ultradesafio de Canoagem 90Km, a mais nova prova do Desafio Yacht em que os atletas ganham a oportunidade de se desafiar em uma remada emocionante de 90Km, partindo do Yacht Clube da Bahia em direção à Itaparica, dando uma volta completa na ilha e finalizando sua trajetória novamente na sede do YCB. O atleta que finaliza o percurso tem o seu nome eternizado no site do Desafio, juntamente com o seu tempo de conclusão da prova.  

Para Maurício, testar os seus limites e fazer algo fora do comum era um sonho antigo, desde que participou do Desafio 60Km de OC1, ele sabia que poderia ir mais longe. “Conversando com Danilo Guimarães, coordenador do YCB, enxergamos a possibilidade de fazer algo único no Brasil. A ideia foi levada para a diretoria do Clube, que aprovou a realização do ultradesafio. A partir daí, começamos a organizar a logística pessoal de percurso, hidratação, suplemento, staff e data para realizar esse meu sonho antigo”, conta o atleta.  

O primeiro ultradesafio, realizado por Maurício, foi realizado em 10h27 de prova, no dia 06 de fevereiro, com partida às 5h02 e chegada às 15h29. Maurício foi assessorado pela equipe de salvatagem formada por Danilo Guimarães (organização e Federação de Canoagem Polinésia/Va’a da Bahia – FEVAABA), Douglas Felipe (apoio escolhido pelo atleta) e Mametine Felix (condutor do bote). O resultado obtido pelo remador pode ser desafiado a qualquer momento por um atleta de VAA’, SUP ou Surfski.  

Durante o percurso, o atleta precisou lidar com alguns desafios, como a força da maré vazante confrontando a força do vento e o fator psicológico em precisar permanecer repetindo o movimento da remada por tanto tempo. “Finalizei o primeiro terço do percurso em 3h30, uma diferença de 40 minutos em relação ao que havíamos planejado. Todo esse desgaste deveria ser calculado para traçarmos a estratégia para o restante do percurso”, relembra o atleta.  

Os desafios prosseguiram, com o sol escaldante e o vento lateral que não refrescava, o que poderia ocasionar em uma desidratação. Para garantir a saúde do atleta, foram realizadas paradas programadas e suplementação, seguindo o protocolo do médico Fabrízio Silveira. Apesar das dificuldades, o desafio foi concluído com sucesso. “Foi a melhor prova da minha vida, em que o meu psicológico era o meu principal adversário. Essa é uma guerra que está sempre presente quando vamos realizar algo fora da nossa zona de conforto. Durante o ultradesafio, quando as condições ficavam difíceis, eu sempre pensava que seria melhor quanto pior fosse e isso me ajudava a continuar remando e superando os obstáculos que surgiam a cada hora”, conta Maurício. 

Trajetória  

Maurício Oliveira conheceu a canoagem em 2016, quando começou a remar no Kaleopapa Canoe Club de Frank Faro. Porém, o esporte sempre esteve presente em sua vida e desde os 13 anos ele já era atleta de natação e corrida. Ainda em 2016, ele participou do 1º Desafio 60Km do YCB. Juntamente com o atleta Douglas Ribeiro, competiu na categoria OC2, onde conquistou o Campeonato Baiano, o Campeonato Brasileiro e o Malokabra, maior evento de Downwind do Brasil.  

Desde 2022, porém, o atleta migrou para a categoria OC1, conquistando prêmios também de maneira individual. Dentre suas conquistas nesta modalidade, estão o vice-campeonato do Desafio dos Faróis (Farol de Itapuã x Farol da Barra), em 2022 e 2023; o vice-campeonato do Desafio Yacht 60Km (Salvador x Morro de São Paulo), em 2023; o 5º lugar no Ranking Baiano 2023; o 3º lugar no Desafio Yacht 40Km, em 2024; e o campeonato de Revezamento da Sereia 2024.  

Para os atletas que estão começando na canoagem, Maurício aconselha: “seja um bom ouvinte e tenha paciência, porque o conhecimento flui e não vem da noite para o dia. Respeite o mar, não negligencie a sua segurança, sempre vá para o mar preparado, siga sempre o RIPEAM (Regra Internacional para Evitar o Abalroamento Marítimo) e esteja disposto a ajudar o outro em situação de risco”.  

* FONTE: DANIELA PASSOS / THAIS FIGUEIREDOComunicativa Associados

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