VINHOS – UM MERCADO CRESCENTE NO PAÍS.

Rodrigo Duarte – Foto: Zadir Porto

A valorização que o vinho nacional vem registrando nos últimos anos, atesta a melhoria da sua qualidade e o empenho dos fabricantes para equipara-los às melhores marcas oriundas de países tradicionalmente produtores como Portugal, França, Itália, Espanha, dentre outros. A observação é do produtor paulista Rodrigo Duarte, um dos diretores da Vinícola Castanho, de Jundiaí, município conhecido como “Terra da Uva”. Reconhece que ainda há muito a caminhar, mas mostra tranquilidade ao analisar que o Brasil, como outros países americanos, é ainda “adolescente” na arte de produzir vinhos e por conta disso, o consumo do produto está  distante do que acontece na Europa.

“O consumo per capita no Brasil está em torno de 2,2 litros/ano, talvez um pouquinho mais, enquanto em Portugal, por exemplo, a média/ano por consumidor, chega a 50 litros. Em relação à Vinícola  Castanho, destaca que a empresa surgiu em  1968, através de seu avó, Aristides Leme da Silva, que era um grande empreendedor, destacando-se na venda de diversos tipos de bebidas, inclunido  vinhos. Em determinado momento ele entendeu que a venda no varejo poderia ser associada à venda  no atacado, com era feito até então, abrindo, com absoluto sucesso, uma loja da fábrica.

O trabalho passou a ocupar a família e assim tem sido ascendente, mesmo com o falecimento de seu avô Aristides Leme, há duas décadas. Hoje seus pais Marco e Enaide, seus tios João e Luciene, estão na liderança da fábrica ao lado dele: “a família que reza unida permanece unida”, observa Rodrigo. A Castanho, ostentadora de premiação nacional produz, em média, de 80 mil a 100 mil litros vinho/ano, além e vários outros tipos de bebidas, “cerca de 70 produtos”, garante.

Para a fabricação de vinhos além dos 10 hectares de uvas plantadas no bairro Castanho, Jundiaí,  a empresa se abastece com matéria prima oriunda dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina e, mais recentemente, de uva produzida no Nordeste, Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), que tem uma aceitação cada vez maior no mercado. Os vinhos de mesa Bordô e Syrah, como vinhos finos, aparecem com destaque no mix dessa empresa jundiaense, mas há outros tipos além de cachaças, licores e os espumantes, todos com ótima saída, relata.

O Poesia de Inverno, um vinho fino, ganhador de prêmio nacional, puxa o variado elenco de produtos Castanho. Formado em engenharia de alimentos Rodrigo, 42 anos, que começou aos 20 anos, trabalhando com o avô e faz parte da terceira geração da “família Castanho” junto com seus dois primos Ricardo e Gustavo, observa ainda que embora distante no ranking dos grandes consumidores de vinho do mundo, o brasileiro demonstra crescente interesse pela bebida, mas os produtores enfrentam algumas dificuldades e, talvez a mais contundente sejam os impostos.

“Em um vinho de R$100,00 os impostos representam 60%.  Enquanto isso vinhos do Chile e da Argentina entram no país praticamente   sem taxação”.  Como outros produtos o vinho sofre crises no mercado, como aconteceu durante a pandemia do Covid, mas a recuperação tem sido expressiva e algumas lições daquele período, como as  vendas pela internet, são consideradas positivas.

* FONTE: Zadir Marques Porto – Jornalista

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