Fórum contou com quase três mil inscritos entre representantes do governo e do setor privado em SP
Maior evento voltado à atração de investimentos da América Latina reuniu representantes de 56 países em reuniões e debates ao longo de dois dias
Terminou nesta sexta-feira (11), o maior evento voltado à atração de investimentos na América Latina, o Brasil Investment Forum. Ao longo de dois dias, em São Paulo, o encontro reuniu quase três mil inscritos, entre representantes de alto nível de governo e de empresas brasileiras e multinacionais de 38 setores.
Circularam pelo evento profissionais de 56 países, com destaque para executivos C Level da China, Estados Unidos, Itália, Espanha e França, além do Brasil. A abertura do evento foi feita pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e pelo presidente do BID, Luís Alberto Moreno.
Na abertura, o presidente da República, Jair Bolsonaro, agradeceu a confiança e disse que o Brasil é um local seguro para se investir. “Nós respeitamos contratos. A confiança, a responsabilidade, a retaguarda jurídica, a garantia, está acima de tudo pra nós e, dessa forma, que nós queremos cativá-los”.
O BIF ocorreu pelo terceiro ano consecutivo e foi organizado pelo governo brasileiro, por meio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Economia, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
“O BIF se consolidou neste ano como um evento de grande relevância para aproximação entre o setor privado e o governo. Houve uma ampla agenda de reuniões paralelas em que se discutiram parcerias e iniciativas para melhorar o ambiente de negócios brasileiros. O debate nos painéis também foi de alto nível e mostrou o que vem sendo feito e os desafios que ainda existem para o desenvolvimento da nossa economia”, afirmou o presidente da Apex-Brasil Sergio Segovia.
Segundo Luis Alberto Moreno, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Brasil é um país de um tamanho que é do interesse de qualquer investidor do mundo. “Dificilmente você tem economias do tamanho do Brasil. Vocês são a oitava economia do mundo, a maior da América Latina, em consequência, sempre a gente tem interesse de fazer investimento no Brasil”, disse.
Durante o BIF ocorreram dezenas de reuniões de representantes de onze ministérios e do BID com empresários, além de oito painéis e quatro sessões paralelas sobre temas como reforma no setor de energia, agenda de inserção internacional do Brasil, agronegócio, produtividade, futuro do trabalho, defesa, investimentos em infraestrutura, sistema financeiro, padrões internacionais de negócios, novas fronteiras tecnológicas, desestatização e simplificação tributária e o papel dos bancos multilaterais.
Parcerias Apex-Brasil com ANEEL e PPI
O presidente da Apex-Brasil, Sergio Segovia, assinou, durante o evento, Acordos de Cooperação Técnica com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e com o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da Casa Civil.
O acordo com a ANEEL foi assinado pelo diretor-geral da Agência, André Pepitone e com a PPI foi assinado pela Secretária Especial do PPI, Martha Seillier. As parcerias preveem a dedicação de esforços mútuos para atrair capital estrangeiro para os setores de energia elétrica e de infraestrutura, por meio da realização de atividades relacionadas à inteligência, promoção e facilitação de investimentos. Investidores estrangeiros já presentes no país também serão apoiados por meio dos acordos.
Anúncio de Investimento
Durante o evento, a Boston Scientific Corporation (BSC), empresa norte-americana fabricante de equipamentos e dispositivos médicos, anunciou o investimento em uma nova fábrica no Brasil, em Contagem (MG). A Apex-Brasil fez o atendimento ao investidor, fornecendo informações e articulando a interação com agentes governamentais para os trâmites de abertura da fábrica.
A Boston Scientific Corporation fatura US$ 9,8 bilhões ao ano e investe quase US$ 1 bilhão ao ano em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). A companhia desenvolve equipamentos e dispositivos médicos de alta tecnologia para diversos segmentos, contando com um portfólio com mais de 13 mil produtos nas áreas cardiovascular, neurológica, urológica, digestiva e respiratória. Conta com 32 mil colaboradores atuando em 130 países e atendendo a aproximadamente 30 milhões de pacientes ao ano no mundo todo.
Em Contagem, primeira fábrica global da Boston Scientific no hemisfério Sul, será produzido um sistema de válvula aórtica utilizado no tratamento de estenose aórtica, produto com alta tecnologia e valor agregado que utiliza o implante via cateter (sem necessidade de cirurgia de tórax aberto de alto risco associado). A expectativa é que 98% da produção seja exportada. A companhia também investiu numa outra unidade em Chapecó (SC). Os dois empreendimentos representam a geração de cerca de 600 postos de emprego.
Café da Manhã com o CEBRI
Em parceria com o Centro Brasileiro de Relações Institucionais (CEBRI), a Apex-Brasil realizou na manhã do dia 11 um café da manhã para debater o engajamento da iniciativa privada e as políticas de Governo para o ingresso do Brasil na OCDE e os impactos que isso trará para a economia do País.
Estavam presentes representantes de 29 empresas, entre presidentes, diretores e relações institucionais e governamentais. Empresas como Siemens, Dow Chemical Company, IBM, Bayer e Exxon Mobil participaram do evento, aberto pelo Embaixador José Alfredo Graça Lima, Vice Presidente do CEBRI e o diretor de Negócios da Apex-Brasil, Augusto Pestana.
Acordo entre Ministério da Justiça, BNDES e BID
O Ministério da Justiça e Segurança Pública firmou acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) com o objetivo de impulsionar investimentos em segurança pública. O documento foi assinado no dia 10, pelo ministro Sergio Moro, pelo presidente do BNDES, Gustavo Montezano, e pelo presidente do BID, Luis Alberto Moreno durante o BIF 2019.
O acordo pretende estimular possíveis linhas de crédito para financiar programas e projetos, assim como fortalecer os mecanismos de planejamento, governança e gestão do Sistema Único de Segurança Pública (Susp).
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Educação e Pesquisa
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