A MULHER NA XILOGRAVURA DE RICARDO JERÔNIMO
Até o dia 11 de novembro estará aberta ao público no Museu Regional de Arte Contemporânea Raimundo Oliveira (MAC), a exposição “Entrelinhas”, do renomado artista feirense Ricardo Jerônimo, como forma de comemorar os seus 49 anos de atividade no campo das artes plásticas. A mostra, aberta na noite de 11 deste mês, com boa presença de público, reúne 13 xilogravuras, técnica muito utilizada no Nordeste, com a tradição de ilustrar capas de cordéis.
A xilogravura é produzida a partir do entalhe feito em um pedaço de madeira (no caso específico), papelão e outros materiais, que funciona como um chapa (algo semelhante aos antigos clichês utilizados em jornais, revistas e livros) para a posterior impressão em preto e branco. Todo o trabalho de Ricardo Jerônimo, 13 telas de 80 x70 cm, está centrado na figura feminina, mostrada de diversos ângulos – frente, perfil, costas, lateral -, buscando transmitir o estado de espírito da mulher em cada gravura, o que é bastante significativo.
Feirense, mas desde 1998 radicado em Ibiquera, na Chapada Diamantina, Ricardo Jerônimo estudou o ginasial e o segundo grau no Colégio Municipal Joselito Falcão de Amorim e no Colégio Estadual de Feira, concluindo os estudos na Universidade Estadual de Feira de Santana. Em 1977 realizou a primeira exposição individual no Museu Regional (atual MAC), embora não as tenha anotadas, estima que são mais de 60, as mostras realizadas nessas quase cinco décadas em Feira, Salvador e várias outras cidades.
Incansável na sua dedicada carreira artística Ricardo Jerônimo, também considerado excelente compositor, com bons trabalhos gravados por Goretti Figueiredo, utiliza-se de diversas técnicas para expressar o seu pensar. Óleo sobre tela, acrílica, nanquim, espátula, entalhe, escultura, são caminhos comumente utilizados por Jerônimo, que também se destaca pelos trabalhos pintados com inspiração mediúnica. Até o final do ano ele deve fazer outras mostras em Salvador.
* FONTE: Zadir Marques Porto – Jornalista