Estácio promove ciclo de oficinas para mulheres que foram vítimas de violência doméstica em Feira de Santana.

Programação da quarta-feira (1º),  no Centro de Referência Maria Quitéria, marcou a conclusão da primeira edição do projeto, que visa fortalecer o protagonismo na vida das assistidas.

Foto: Divulgação

Mulheres em situação de violência doméstica atendidas pelo Centro de Referência Maria Quitéria (CRMQ), em Feira de Santana, participaram de uma série de oficinas de capacitação, promoção à saúde integral e desenvolvimento pessoal na primeira edição do projeto “Mulheres em Transformação: Ser, Fazer e Reviver”, promovido pela Estácio. A ação, que ocorre semanalmente desde outubro, foi encerrada na quarta-feira (1º de dezembro).

Durante os encontros, as participantes percorreram trilhas com oficinas e palestras voltadas ao incentivo à autovalorização, geração de renda e retorno à rotina de vida com segurança. Elas aprenderam sobre aproveitamento integral de alimentos; produção de sabão líquido com óleo de cozinha; elaboração de contratos com segurança jurídica; empreendedorismo e gerenciamento de clientela; autoconhecimento; marketing digital e elaboração de currículo, entre outros assuntos. E também receberam dicas de cuidados com a saúde da mulher, prevenção de câncer de mama, ginástica laboral e orientações para indivíduos com sequelas da Covid-19.  

Tereza foi assídua no projeto e celebrou o aprendizado adquirido: “Vimos aqui muita coisa boa, só temos a agradecer, pois foi muito bom pra nós”, afirmou. Já para Darci, também assistida pelo CRMQ, o projeto representou um crescimento na área profissional. “Aprendi muito com as dicas de como manter um negócio próprio. Já tenho um, porém, informal, e aqui soube como formalizar e tratar o cliente. E também no lado psicológico, toda essa vivência foi muito proveitosa”, disse. Para Beth, foi gratificante saber um pouco mais a cada dia: “Trouxe muita experiência desde a parte de culinária até as lições de saúde. Aprendemos a nos cuidar e nos conhecer”, considerou.

Segundo Thalita San Martin, gerente acadêmica da Estácio, a missão do projeto é investir nas mulheres, promovendo e fortalecendo o protagonismo das suas histórias por meio do acesso ao conhecimento, a fim de que elas adquiram condições para mudar sua trajetória de vida. 

Para tanto, o projeto foi elaborado por uma equipe multidisciplinar composta por coordenadores das áreas de Saúde, Jurídica e Negócios, a fim de desenvolver valores do ser mulher, como respeito à sua singularidade e subjetividade, habilidades e empoderamento para o reviver.

“Buscamos exercer e cumprir o compromisso social da Estácio Feira de Santana. Este projeto contribui para a construção de uma sociedade mais humana, justa e sólida, vencendo o círculo da marginalização que tem destruído vidas de muitas mulheres”, pontua Thalita.

Lei Maria da Penha

A Lei Maria da Penha, instituída há 15 anos, criou mecanismos para prevenir e coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, possibilitando que punições mais severas sejam aplicadas aos agressores. No entanto, é necessário incentivar que as vítimas encontrem meios de sair desse cenário com independência emocional e financeira.  

De acordo com a coordenadora do CRMQ, Ivone Melo, capacitar é uma das formas de enfrentar o problema. ”O projeto Mulheres em Transformação proporciona uma promoção da autonomia, autoestima e garantia de direitos, bem como uma possibilidade de geração de renda e seguridade”, observa.

As atividades foram realizadas por docentes dos cursos de Direito, Administração, Nutrição, Fisioterapia, Biomedicina e Psicologia da Estácio. O evento é resultado de uma parceria da instituição com a prefeitura de Feira de Santana por meio da Secretaria de Políticas para as Mulheres.

Violência em números

Segundo pesquisa do Instituto Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), cerca de 17 milhões de mulheres (24,4%) sofreram violência física, psicológica ou sexual no último ano. É o equivalente a uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos com relatos de algum tipo de violência sofrida no último ano no Brasil.

Em Feira de Santana, de acordo com um levantamento da Secretaria de Políticas Para as Mulheres, a procura por atendimentos no CRMQ aumentou em 40% durante a pandemia. E as principais queixas apresentadas pelas vítimas se referem a violência física, psicológica e patrimonial. 

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