CÉLIA PIRES – PINTOU E PERFUMOU SEU CAMINHO

Célia Pires com o filho Pedro Henrique e a nora Karyne. Foto: Álbum de família

Feira de Santana perdeu no dia 3 deste mês, uma das suas maiores expressões nas artes plásticas. Aos 74 anos de idade faleceu Célia Pires, pintora, tapeceira, artesão em vários materiais, além de escritora e poetisa. Ela já vinha enfrentando problemas de saúde, mas sempre demostrando muita fé, mantinha uma importante ação social.

Célia Regina Alves Pires, feirense, de uma família de 13 irmãos, filha do comerciante João Augusto Pires e d. Maria Pires, começou muito cedo fazendo rabiscos que chamavam atenção dos adultos. Aos 12 anos passou a levar à sério a pintura, a partir das aulas no Colégio Estadual, com a professora Terezinha Gusmão, sempre obtendo as melhores notas da turma.

Pintava e admirava o clássico. Renoir, Da Vince, Manet, Rembrant, Michelangelo, enchiam-lhe os olhos, inspirando-a no desejo de alcançar um patamar de destaque na pintura. Aposentou o grafite em 1976, quando encarou de vez o óleo sobre tela. Três anos depois estreava na coletiva Arte Total promovida por Franklin Machado, no Centro Cultural Amélio Amorim. Em 1985 esteve presente, com sucesso, na expor Arte Sem Passaporte, no Hotel Meridian em Salvador, quando suas telas, pautadas na figura do indígena brasileiro, foram muito elogiadas pela crítica especializada.

Em 1989 outra elogiada participação, desta feita no Segundo Salão Baiano de Artes, no Solar do Unhão, Salvador e novamente os índios povoaram as telas de Célia e os olhos do público. Depois esteve presente a diversas exposições a exemplo da mostra “Memórias do Presente – Homenagem a Carlo Barbosa”. Em 1996 foi idealizadora e realizadora do projeto “Arte na Avenida” e de vários outros eventos levando a arte a estabelecimentos escolares da cidade, sempre estimulando os estudantes à prática de atividades artísticas.

Célia Pires participou de mais de 70 exposições, mas foi muito além de uma talentosa artista, aliando à sua capacidade criativa o trabalho de motivar pessoas, em especial estudantes, a ingressar no mundo das artes, quer na pintura, no desenho, na tapeçaria ou mesmo no campo literário, demonstrado incontestável liderança com a boa vontade e o carinho que sempre marcaram sua trajetória de vida. Célia Pires foi uma artista versátil e, sobretudo, uma figura humana impar, que como as mais amadas flores, perfumam para sempre o seu caminho.

(Por Zadir Marques Porto)

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