Trabalho não é a melhor solução para afastar criança das drogas, defende diretora do Cerest

O discurso de que é melhor o filho estar trabalhando do que no mundo das drogas é a principal barreira no que diz respeito a conscientização sobre erradicação do trabalho infantil em Feira de Santana. A afirmação foi da diretora do Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador), Verena Leal, durante o I Encontro do Fetipa (Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente). O evento aconteceu na última segunda-feira, 24.

Em Feira de Santana, o trabalho infantil é geralmente presente no mercado informal, como feiras livres. De acordo com Verena Leal, ações tem sido feitas dentro de escolas e em outros ambientes da comunidade com o intuito de conscientizar crianças e famílias sobre a vulnerabilidade que essa situação as colocam.

“Não existe equipamento de proteção individual para criança. A musculatura da criança não está preparada para receber as sobrecargas que um adulto recebe, mas mesmo assim os pais usam o discurso de que é melhor o filho está trabalhando do que nas drogas. Esse é nosso maior desafio. Conscientizá-los e mostrar que o trabalho não é a solução”, ressalta.

Dependência de programas sociais e impossibilidade de ascensão 

O evento trouxe como discussão a situação do trabalho infantil e os principais problemas na região. “Além de afetar a saúde mental e física das crianças, o trabalho infantil traz consequências graves para a sociedade, como evasão escolar, baixa escolaridade, baixa empregabilidade, dependência de programas sociais e impossibilidade de ascensão social”, alerta a vice-presidente do Fetipa, Gildete Sodré.

Ela também ressalta que só a partir dos 16 anos o adolescente adquire capacidade jurídica relativa para o trabalho. “Com exceção a condição de jovem aprendiz que é a partir dos 14 anos, sendo necessário registro na carteira”.

O encontro contou com a participação de representantes da Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Municipal de Assistência Social, Secretaria Municipal de Educação, Magistrados da Justiça do Trabalho e Secretaria de Saúde da Bahia.

Fonte: Prefeitura Municipal de Feira de Santana

Comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *